sábado, 8 de junho de 2013

A REALIDADE DO TRABALHO NO MUNDO ATUAL em uma perspectiva pedagógica

         Quando pensamos na realidade social que vivemos atualmente, pensamos em relações de curto prazo, dinâmica de interesses e flexibilidade de conhecimentos. Somos vários para podermos ser um. Não é preciso olhar muito para trás, há menos de quinze anos, todos os tipos de relação eram diferentes, tínhamos opções diminutas e mais foco. Ainda pequenos, delineávamos possíveis destinos, “o que ser quando crescer”, traçávamos nossos caminhos e seguíamos no trilho para sermos aceitos e nos mantermos estáveis dentro de certo padrão social.
         Até mesmo o universo escolar era bem diferente do atual, não eram comuns extraclasses ou qualquer tipo de aprendizado que ia além do padrão escolar da época. Na grade, só o feijão com arroz: português, matemática, história e ciências sociais. Privilegiadas eram as crianças que faziam algum esporte ou alguma aula de artes e não estamos falando de um passado distante. As dinâmicas infantis, assim como a vida adulta eram contínuas, com poucas alterações de percurso e extrema objetividade de caminhos.
        O modelo de escola tradicional se assemelha muito com uma grande indústria, onde o chefe representa o papel de professor, aquele que era detentor de todo saber. Os alunos, como seus ‘subalternos’, deveriam executar com precisão as atividades determinadas e padronizadas, no intuito de atingir uma prova final. Movimentos padronizados, estilos padronizados e, por consequência, vidas padronizadas. Quando inexiste a valorização da essência do ser humano, se perde desenvolvimento e produção, o trabalho monótono e redundante induz ao cansaço e desânimo, falta de força para trabalhar e desenvolver.
        Com o passar dos anos as pessoas compreendem melhor o funcionamento do corpo humano e suas necessidades e, na busca por mais rentabilidade no trabalho, os empregadores passam a investir em estruturas para agilizar e qualificar o trabalho, entendendo que muitas vezes os investimentos são na qualidade de vida dos funcionários. Paralelo a este tipo de desenvolvimento, surgem novas tecnologias, os novos processos de aprendizagem, o mundo se torna mais dinâmico, as pessoas estão
mais aceleradas. Passamos a absorver as mais diversas informações com a facilitação que a internet insere nas comunicações sociais. A publicidade e o consumismo transmitem a ideologia de produto descartável: compra, usa, despeja, deseja, troca e joga fora. A ideia do descartável ou substituível passa do âmbito material e se insere nas relações pessoais e profissionais, assim se estabelecem nas relações dos seres, tanto faz quem está executando, o que importa é que seja executado. Se o funcionário não corresponde as expectativas do empregador, é substituído. Ou se a empresa não satisfaz o empregado, ele tem mobilidade de trocar de emprego, o cidadão do mundo hoje sabe um pouco de tudo e está preparado para ser um pouco de tudo se necessário, ele não tem medo de mudar e está sempre disposto a arriscar. Ele é assim, o mercado é assim.
         Assim como nas relações escolares, que também se modificam de acordo com as transmutações histórico-sociais. Antes das tecnologias atuais, antes do acesso à internet, antes da flexibilização social, as aulas podiam ser padronizadas (mesmo que não devessem), hoje não, é preciso estar preparado, a informação oscila em menos de um minuto. O Mundo mudou, está googlelizado e acelerado. Além das grandes empresas, além de um mercado econômico distante, a flexibilização no trabalho também está no âmbito escolar. Se o Mundo mudou, o cotidiano escolar também, então os métodos de ensinar também precisam mudar. O acesso à informação tecnológica e a compreensão de outras esferas sociais fora o aprendizado facilitam o alcance de sucesso profissional. Atualmente, mais do que ensinar, é preciso trocar experiências para facilitar o aprendizado de cada criança, que já faz parte deste novo conceito de realidade e colaborar para que ela saiba lidar com essas dualidades.